quinta-feira, 4 de setembro de 2014

EU , ROBÔ - O RETORNO

Lembrei-me de uma antiga propaganda de um frigorífico em que alguém perguntava a um porquinho : “O que você quer ser quando crescer?”E o porquinho respondia :”Salsicha!”
Aqui, com meu botões, achei graça ao imaginar alguém perguntando a um garotinho:”O que você quer ser quando crescer?”E,talvez, ele responda prontamente : “Robô!”.
Mas as coisas continuam a evoluir numa velocidade assombrosa,e a mim , pelo menos , não me causam espanto,mas uma certa nostalgia ou um sentimento semelhante que não sei definir, em relação à natureza humana .
Eu havia escrito em certo trecho que “muitos cientistas estão prevendo o desaparecimento das características que nos definem como humanos”.Parece que se confirma , cada vez mais, a nossa condição de insatisfação com nossas capacidades.
O que eu acho estranho em toda a pesquisa cibernética,é que ao invés de nos utilizarmos do nosso conhecimento para nos desenvolvermos interiormente , e isso implica num aumento de nossas capacidades,fazemos o caminho inverso,projetando nossas capacidades numa máquina que nos proverá de outras capacidades acessíveis através de dispositivos externos.
Com isso anulamos atributos humanos tornando-nos seres atrofiados em nossas próprias habilidades.
A pesquisa recente aponta , agora, para sistemas que nos permitam a comunicação sem palavras , isto é , apenas pelo pensamento.Como não conseguimos projetar nosso pensamento diretamente ao cérebro de outra pessoa fazendo-a entender nossa idéia,é necessário que haja a criação de um programa , uma interface cérebro-computador .Portanto , dependeremos de um computador para realizar tal proeza.
Dizem que a comunicação por idéias transcende as palavras.Mas,se adotarmos , um dia essa evolução ,que sentido haveria em falar ?Por acaso teríamos atrofiadas nossas cordas vocais e voltaríamos a grunhir , possivelmente,como nossos ancestrais.Naturalmente recorro ao exagero para ilustrar certas situações.Mas, o ponto crucial é que estamos transformando habilidades físicas em energéticas ,e  isso chega a destoar com nossa realidade que é essencialmente física , porque estamos encerrados num invólucro de matéria.As pesquisas nesse sentindo justificam-se ao oferecer uma solução para pessoas portadoras de deficiências de fala e audição , porém , sabemos que as finalidades serão usadas para se construir uma realidade dos romances de Isaac Asimov ou , transportar para fora das telas o enredo de Matrix.Isso não é impossível.

Um pouco de atenção para o comportamento da nova geração nos fará perceber que estamos vivendo uma clima de mutação antropológica provocada por uma mudança na escala de valores da sociedade, pela apropriação de pesquisas realizadas em todos os ramos de conhecimento pelos militares e pelo inconformismo  para com nossas limitações equipando a vida humana com a aura da eternidade.
Com o desenvolvimento acelerado da nanotecnologia chegaremos ao patamar de seres humano-cibernéticos autônomos tendo a capacidade de comunicação ,expressão,audição e transmissão de todos  nossos impulsos e emoções aos nossos semelhantes.
Isso interessa demais aos órgãos de defesa das nações que ditam as normas do planeta.
Quando câmeras de vigilância começaram a ser instaladas em diversas cidades do mundo e programas como o Big Brother tornaram públicas as vidas das pessoas que se submeteram a esse tipo degradante de show Orson Welles foi lembrado em sua obra , “ 1984” .O que muitos achavam impossível logo tornou-se uma rotina a que todos , rapidamente nos acostumamos:Somos  todos vigiados , individualmente e , como um todo pelos satélites que vagam pelo espaço.

Indo além ,como conseguiremos ter , então,o mínimo de privacidade , se formos obrigados a “ funcionar” através de interfaces cérebro –máquina.Seria o caso de adotarmos um “Firewall” para não tornar públicos nossos pensamentos que não desejamos expressar?
Creio que num futuro não muito distante as gerações vindouras terão de se defrontar com tais problemas , porque hoje , pesquisas e projetos já são uma realidade.Caminhamos para uma nova realidade , ou uma realidade de mutantes assumindo uma natureza híbrida .Não é difícil imaginar esse cenário quando fazemos uma revisão histórica dos avanços que  fizemos em relação a “ consertar” nossos corpos.Começamos com simples dentaduras e óculos , passamos às próteses de membros que de fixos,passaram a mecânicos e hoje são cibernéticos.
O olho biônico já existe,baseado num chip colocado atrás de um olho cego que recebe lentes que funcionam como uma minicâmera e transmite os impulsos para o cérebro , após terem sido processados pelo chip.
O mal de Alzheimer,o AVC e a Epilepsia levaram a pesquisa de módulos de memória que consiste na implantação de um chip de silício no cérebro  que controlará a memória o humor. Sono e vigília dos pacientes.
Porém todo esse avanço pode adquirir outra faceta :a faceta do surgimento de uma raça superior , da qual nem todos querem fazer parte.
Exemplo dessa atitude é representado por Kevin Warwick que implantou em seu organismo um microchip a fim de conectar seu sistema nervoso a um computador.Seu próximo passo será implantar um “ chip mestre” no cérebro tornando-se um cyborg,sensdo capaz de comunicar-se com computadores através do pensamento passando a memória diretamente a ele(máquina).
São deles as ,talvez, sombrias palavras :
‘PARA TODOS AQUELES QUE QUEREM PERMANECER HUMANOS , EU TENHO UMA COISA A DIZER :NO FUTURO VOCES SERÃO UMA SUBESPÉCIE!”

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